Análise de obras de joão osório brzezinski no mon

Na visita à exposição “MAP: Início do acervo MON” (que contava com obras selecionadas da coleção do antigo Museu de Arte do Paraná (MAP), conteúdo que deu origem ao primeiro acervo do MON), foi percebida uma disparidade na visão de pessoas diferentes – no caso, artistas – acerca de objetos de consumo, e como a subjetividade do indivíduo influencia na visão do que é descartável e de como isso pode se transformar em algo novo.
As três obras presentes do artista João Osório Brzezinski (O infinito e mais um pouco, Espaço Nulo e Visão Caipira) mostram como esse artista transforma em obras de arte objetos do cotidiano que usamos, jogamos fora e entendemos como lixo. Pedaços de tecido, garrafas e plástico estão presentes em suas obras, passando a sensação que são peças geradas pela “sucata”. O artista talvez tenha buscado nestes objetos descartáveis um conceito de beleza que outras pessoas não enxerguem, e usou-os para mostrar que o que é para uns lixo, pode ser algo muito maior, e consequentemente, transformar-se em algo não necessariamente belo, mas que transmita sutilmente uma reflexão que será interpretada de uma maneira diferente por cada pessoa, no caso das obras, uma mensagem de que talvez arte esteja presente em tudo, até mesmo no lixo.
O mesmo conceito parece estar presente nas obras de Antonio Arney (Montagem A e Comparação de Valores III), porém de uma forma diferente. Nelas, o artista utiliza grandes placas de madeira e ferro para produzir um tipo de prancha com esses pedaços, a princípio com um significado implícito. É interessante que o artista também utiliza peças que não damos muito valor para criar arte, porém peças de matéria diferente do que os de João Osório, mas com o mesmo sentido dele.
O mesmo significado não é percebido nas obras do artista Jefferson Cesar (Ornato Religioso, Ornato Religioso Crucifixo e escultura Pierrô), pois este artista se utiliza de objetos industrializados, como pregos e parafusos e não necessariamente de sucata. Aí