Análise de notícia de jornal sobre educação
Não satisfeitos somente com “amor”, professores da rede pública cobram dinheiro no bolso
“Quem entra em atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro”. A frase do governador Cid Gomes, dita em 2011, até hoje ecoa negativamente entre professores.
“Quem entra em atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro. Quem está atrás de riqueza, de dinheiro, deve procurar outro setor e não a vida pública”. A frase do governador do Ceará, Cid Gomes, em agosto de 2011, referia-se aos professores, categoria que se encontrava em greve. Até hoje a declaração ecoa negativamente. É o que mostra a 3ª reportagem da série “Educasão no Çeará: Problema além de uma cedilha”, que o Tribuna do Ceará pública desde quarta-feira (10) até o próximo domingo (14).
Diego Bezerra Souza, 29 anos, é professor de geografia há seis anos. Não participou da greve há três anos, pois abraçou o emprego público apenas no ano passado. Mesmo assim, sabe muito bem sobre o que o governador quis dizer. “É clássica essa entrevista. Amor pela minha profissão, eu tenho. Mas não acho justo o salário. Está muito longe disso”, considera.
Para ele, sair do ensino particular para o público foi um choque. Do lado positivo, ele considera que tem mais liberdade em criar projetos e não seguir uma linha pedagógica engessada. Já do negativo, são vários fatores: falta de infraestrutura, segurança e uma política de carreira para os profissionais.
“A estrutura das salas é ruim. Faltam ventiladores, recursos multimídia, auditório. Trabalho à noite no Conjunto Esperança e não há segurança. Roubaram as armas da vigilância, já teve assalto e tiros. Estou pensando em parar de trabalhar nesse turno. Acho que 99% dos professores vão concordar que o que ganhamos não condiz com a nossa função. Não há plano de carreira, baseado no desempenho dos professores. O Estado não cuida da educação com carinho”.
Segundo a professora Penha, diretora da