Análise de marechal beresford
Beresford, no início do século XIX, altura em que decorre a história era marechal do Reino Português (e possuidor de alguns títulos como Marquês de Campo Maior e Conde de Trancoso), representando, assim, o poder militar em “Felizmente Há Luar”. Na história, é um dos três conscienciosos (embora pouco honrado e probo para o cargo que ocupa) governantes do Reino.
Na sua primeira aparição (p.41) surge fardado, “Beresford vem fardado. A farda, ainda que regulamentar, não é espaventosa e está um pouco usada”. O facto de se encontrar já usada remete-nos para a sua despreocupação com a sua aparência e podemos até afirmar que até nesse aspecto Beresford despreza aqueles que o rodeiam. A expressão “Poupe-me os seus sermões, Reverência. Hoje não é domingo e o meu Senhor não é vassalo de Roma” expressa bem o desprezo que Beresford sente, até por aqueles que, supostamente, seria mais próximo. O seu desprezo prolonga-se, também a todo o Reino de Portugal e aos que a ele pertencem, ao exército, à nobreza e à Igreja como se verifica em “Que me dais, senhores, para me compensar de tudo o que fui forçado a abandonar para os servir? Honras? E quem mas presta? O vosso exército pindérico? Os vossos doutores em Teologia? Títulos? Mas quem é o marquês de Campo Maior fora do botequim do Marrare?” (p.58)
Beresford é, também ganancioso e calculista, todas as acções que toma vão ao encontro do que é melhor para si, aquilo que o serve melhor, e não para o melhor do Reino do qual é governante. Esta ganância atinge o seu expoente máximo na ordenação de captura a General Gomes Freire por sentir o seu cargo e rendimentos ameaçados. Esta ganância é constatada nas expressões “Troco os meus serviços por dinheiro, Excelência” e “Senhores, afirmo-vos, em nome dos meus 16.000$00 anuais, que farei tudo o que for necessário para os continuar a receber”. É, no entanto, apesar de se referir grande parte das vezes em tom jocoso, uma pessoa que é franca e fria.
O seu cinismo é mantido