Análise de leitura: da mistificação da escola a escola necessária

O texto de Neidson Rodrigues nos leva à reflexão acerca da reconstrução do ambiente escolar atual, salientando a importância da elaboração de um espaço social chamado por ele de “Escola Necessária” que além de cumprir o papel já conhecido seria um lugar onde a construção da identidade democrática e cidadã seria uma prioridade na preparação do aluno para o futuro. Rodrigues não quer que o ensino se reduza ao livro e caderno. A realidade vivida pela sociedade deve penetrar por entre as disciplinas sendo incutida no educando e despertando assim a atenção e levando-o a desenvolver um senso crítico tão necessário a transformação social.
Para o autor, a “Escola Democrática” é aquela que admira o conflito. Para usar uma linguagem mais coloquial: gosta de ver o circo pegar fogo. Nesse contexto, o interessante não é estabelecer o certo ou errado, e sim trazer à tona as diversas realidades existentes e confrontá-las, evidenciando as diferenças predominantes entre os vários meios sociais (deixando claro que esse conflito é organizado e administrado com objetivo e metodologia didáticos), favorecendo assim o conhecimento multicultural, e mostrando o papel de cada um dentro da sociedade.
Outra característica relevante desse modelo de escola é a sua abertura para com o restante da comunidade. Em termos de estudo, não deve haver uma divisão (ou muros, para ilustrar melhor) entre a escola e o mundo. Como espaço de construção do saber e contínua investigação, esse conhecimento que vai nascendo deve transbordar os portões e invadir a sociedade, pois o conhecimento não é construído isoladamente.
Ao observar a sociedade para compreendê-la, seria gratificante mostrar os resultados de tal observação, e ao abrir um espaço para a situação vivida pelo grupo social em determinado momento, será propício para a compreensão e entendimento dessa situação, e a partir da assimilação dessa realidade que o aluno poderá ter alguma base para modificá-la