Análise de controle: questões em ato
“Vou te fazer um convite que é uma bomba!” As palavras da colega Janine, foram bem apropriadas como introdução ao convite à apresentação deste escrito. Entre outros significados, bomba é um projétil carregado de matérias explosivas ou incendiárias. À parte o projétil, devo reconhecer que a aproximação relativamente a algumas matérias psicanalíticas de certa forma me provocam essas sensações, que se potencializam frente à responsabilidade e o desafio de comunicar aos colegas algo de minhas leituras e questões.
Continuando com o significante, guardadas as proporções [mais uma vez], o tema da formação do analista – e a análise de controle é parte dele – é, se não explosivo, bem polêmico. Embora repouse, segundo a concepção freudiana, no tríptico: análise pessoal, estudo teórico e análise de controle, provoca discussões acirradas, aliciando grupos em fundamentações por vezes antagônicas. E é parte dessas discordâncias, a terminologia que designa esse importante pilar da formação: a análise de controle. Ou seria supervisão, análise assistida, análise referida, análise quarta, experiência inter-analítica, escuta da escuta? Porque, afinal, os analistas se debatem relativamente a essa terminologia?
Por um lado, esse fato me causa certo tédio. Nunca compreendi tanta libido investida e tempo dispendido na defesa de um ou outro termo. Mesmo considerando a incontestável relevância do significante [sempre], devo reconhecer que nunca me importou o nome por meio do qual me refiro a esse tão peculiar e por vezes difícil encontro. No entanto, parto dessa questão, não para me posicionar sobre a contenda, mas, primeiramente, compreender em que bases se estabelece, o que poderá torna-la menos tediosa para mim e, segundo, porque intuo que esse caminho me permitirá a aproximação de que necessito para estabelecer algumas formulações.
Deparei-me, como já sinalizado, com uma verdadeira miscelânea no tocante ao uso