Análise de Conteúdo - Bardin
O livro Análise do Conteúdo de Laurence Bardin apresenta uma apreciação crítica de análises de conteúdo como uma forma de tratamento em pesquisas qualitativas e quantitativas. O livro está organizado em quatro partes: i) história e teoria (perspectiva histórica); ii) parte prática (análises de entrevistas, de comunicação de massa, de questões abertas e de testes); iii) métodos de análise (organização, codificação, categorização, inferência e informatização das análises) e iv) técnicas de análise (análise categorial, de avaliação, de enunciação, proposicional do discurso, de expressão e das relações).
Na primeira parte, Bardin destaca o percurso histórico da análise do conteúdo e ressalta que o nascimento da análise de conteúdo provém da mesma exigência que se manifesta igualmente da linguística, sendo que ignoram-se mutuamente, e continuam a desenvolver-se ainda por muito tempo tomando caminhos distintos. A técnica de análise do conteúdo surgiu pelas necessidades no campo da sociologia e na psicologia. Tal acontecimento ficou marcado pela sistematização das regras e o interesse pela simbólica política, entre 1940 e 1950 nos Estados Unidos, pelo alargamento das aplicações da técnica a diferentes contextos e pelo surgimento de novas problemáticas no campo metodológico, entre 1950 e 1960; e, devido aos três fenômenos que afetaram as investigações e as análises de conteúdo: o recurso de computador, os estudos sobre comunicação não verbal e os trabalhos linguísticos, de 1960 até a atualidade.
Os estudos sobre análise do conteúdo visavam incidir em diferentes fontes de dados, são elas: material jornalístico, discursos políticos, cartas, publicidades, romances e relatórios oficiais. Os métodos de análise tinham como objetivos: ultrapassar as incertezas; e o enriquecimento da leitura.
Segundo Bardin as funções da análise do conteúdo estão relacionadas a heurística (caráter exploratório) e a administração