Análise da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas

A narrativa
A obra memórias póstumas de Brás Cubas, trata-se de um texto narrativo no qual é apresentado o ponto de vista de Brás Cubas, narrador protagonista. A história apresenta os fatos biográficos de Brás Cubas, contados por ele após sua morte. O estilo da narrativa não apresenta linearidade, uma vez que o narrador faz diversas pausas para tecer análises psicológicas das personagens e comentários diversos, as chamadas digressões. No capítulo "O senão do livro" Brás Cubas comenta sobre o estilo da narrativa:
Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...(ASSIS; Machado,1998, p.119) Outra característica do texto é o humor sarcástico e o escárnio:
E caem! — Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.(ASSIS; Machado, 1998, p.119) O Enredo A obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, inicia-se com uma dedicatória do narrador defunto, Brás Cubas, ao verme que primeiro roeu a carne de se cadáver, evidenciando o viés irônico e debochado da narrativa. "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas" (ASSIS, Machado, 1998, p.11). Ainda na epígrafe, expõe seu desprezo pelo homem e corrobora que um verme era o único a merecer aquela dedicatória. A narrativa apresenta a história de vida de Brás Cubas, contada por ele próprio, após a sua morte. A autobiografia inicia-se a partir de seu óbito e vai até a juventude e infância de Brás Cubas.
Juro-lhe que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo