Análise crítica «Da Cidade de Goa, suas Praças, Igrejas, Palácios e Outros Edíficios», de François Pyrard de Laval

2388 palavras 10 páginas
No âmbito da disciplina de História da Expansão Portuguesa, leccionada pela Profª Alexandra Pelúcia, foi-nos pedido a realização de um trabalho, mais precisamente a análise crítica de dois documentos à escolha, do qual eu escolhi «Da Cidade de Goa, suas Praças, Igrejas, Palácios e Outros Edíficios», um capítulo da obra de François Pyrard de Laval.
Pyrard de Laval foi um navegador francês que ficou famoso pelo relato das suas aventuras nas ilhas das Maldivas, entre 1602-1607, o que incluiu obviamente a sua estadia em Goa. Será a partir da sua descrição da cidade que analisarei o traçado urbano da “Velha Goa”, realizando um breve resumo, salientando alguns dos edifício de maior renome ou destaque para a administração do local ou mesmo do Estado da Índia.
Tendo em conta o limite de páginas imposto, a análise será sucinta e inclinar-se-á mais nas actividades industriais e económicas da cidade, o que causava o frenesim do quotidiano; assim como na forte componente religiosa cristã que invadiu o espírito hindu. Ao longo do trabalho será possível também verificar como um pequeno território da Índia tornou-se na metrópole do Estado da Índia.

Goa foi conquistada por D. Afonso de Albuquerque em 25 de Novembro de 1510. A sua escolha não foi aleatória. Situada entre dois braços dos rios Mandovi e Zuari e virada para o oceano Índico, a cidade de Goa representava sem dúvida um ponto estratégico importante, tendo os atributos necessários para servir como base marítima principal para o Império Português, o que realmente veio a acontecer, funcionando como quartel-general de Portugal na Ásia durante os 450 anos seguintes. A escolha deste espaço para tal papel deve-se a vários factores: em primeiro lugar, ocupava uma boa posição defensiva com um porto mais interior e abrigado, o que significava que não perecia em caso de cerco, até porque os portugueses haviam conquistado todo o território à volta, tendo como abastecer a fortaleza caso fosse necessário; em segundo lugar

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