Análise crítica «Da Cidade de Goa, suas Praças, Igrejas, Palácios e Outros Edíficios», de François Pyrard de Laval
Pyrard de Laval foi um navegador francês que ficou famoso pelo relato das suas aventuras nas ilhas das Maldivas, entre 1602-1607, o que incluiu obviamente a sua estadia em Goa. Será a partir da sua descrição da cidade que analisarei o traçado urbano da “Velha Goa”, realizando um breve resumo, salientando alguns dos edifício de maior renome ou destaque para a administração do local ou mesmo do Estado da Índia.
Tendo em conta o limite de páginas imposto, a análise será sucinta e inclinar-se-á mais nas actividades industriais e económicas da cidade, o que causava o frenesim do quotidiano; assim como na forte componente religiosa cristã que invadiu o espírito hindu. Ao longo do trabalho será possível também verificar como um pequeno território da Índia tornou-se na metrópole do Estado da Índia.
Goa foi conquistada por D. Afonso de Albuquerque em 25 de Novembro de 1510. A sua escolha não foi aleatória. Situada entre dois braços dos rios Mandovi e Zuari e virada para o oceano Índico, a cidade de Goa representava sem dúvida um ponto estratégico importante, tendo os atributos necessários para servir como base marítima principal para o Império Português, o que realmente veio a acontecer, funcionando como quartel-general de Portugal na Ásia durante os 450 anos seguintes. A escolha deste espaço para tal papel deve-se a vários factores: em primeiro lugar, ocupava uma boa posição defensiva com um porto mais interior e abrigado, o que significava que não perecia em caso de cerco, até porque os portugueses haviam conquistado todo o território à volta, tendo como abastecer a fortaleza caso fosse necessário; em segundo lugar