Análise comparativa
A obra de Camilo Castelo Branco, “Amor de Perdição”, é referente ao Romantismo, movimento literário que surgiu na Europa no século XVIII, possui como principais características acepções contrárias ao racionalismo e ao iluminismo e apontava uma concepção de mundo focada no indivíduo, reproduzia as tragédias, amores funestos, pensamentos utópicos e desejos de fuga.
“Amor de Perdição” relata os infortúnios de amor de Simão e Tereza, dois jovens pertencentes a famílias rivais. Traz um enredo similar a história de Romeu e Julieta, cujas famílias provocam a separação dos dois por uma questão de honra. A parte mais representativa acontece quando a proposição da “morte por amor” é abordada alcançando o ápice da história.
O drama foi escrito enquanto Camilo estava na prisão, é considerada a produção mais comovente do autor e pode ser confundida com sua própria história. Os aspectos da segunda fase do Romantismo português como uma noção positiva da morte, o egoísmo, a forma ideal de se imaginar o amor como grande estimulador da vida, a idealização da mulher que era endeusada, idolatrada, enaltecida, mantinha-se virgem são notadas no desenrolar do romance.
O comportamento apaixonado de Simão e Tereza é evidenciado nas cartas que os dois passaram a trocar com a finalidade de criar uma conexão entre eles, relatar ao receptor as eventualidades ocorridas, seus propósitos, influenciar o outro a tomar certas atitudes, justificar as atitudes do outro e demonstrar seus sentimentos. Foi à maneira encontrada pelo casal para se comunicar e nelas emoções típicas do Romantismo são manifestadas.
Na passagem: “Não me esqueças tu, e achar-me-ás no convento ou no Céu, sempre tua do coração, e sempre leal”. Nota-se o comprometimento em ser fiel custe o que custar e apesar de todo o sofrimento, estando no convento ou no céu (depois de morta). Tereza ansiava um amor pleno, primoroso, virtuoso e puro.