Análise comparativa da nova classe média
Resumo
Este artigo tem como objetivo estabelecer uma comparação entre perspectivas de diferentes autores sobre a nova classe média brasileira, a qual tem gerado bastante polêmica entre os cientistas sociais brasileiros, com enfoque no aspecto do trabalho, procurando identificar as mudanças mais significativas no mercado de trabalho. É utilizada a pesquisa bibliográfica juntamente com o método comparativo como forma de abordagem. São utilizadas as publicações de Márcio Pochmann, Jessé Souza - que se enquadram entre os que criticam o conceito de nova classe média - e Marcelo Neri, e o Projeto Vozes da Nova Classe Média do Governo Federal – os principais divulgadores do conceito de nova classe média. A partir da comparação entre as diferentes posições/teorias busca-se um entendimento acerca da polêmica nova classe média, com enfoque no aspecto do trabalho, assim como o levantamento de questões principais sobre o tema.
Introdução
A discussão sobre classes está em voga no Brasil. Segundo dados do Governo, entre 2002 e 2012, 35 milhões de pessoas entraram na classe média. Essa transformação tem gerado bastante polêmica no âmbito acadêmico face a um discurso do governo de que houve redução da desigualdade e da pobreza e de que a classe média é a classe que representa o país. O presente trabalho propõe um olhar para um dos principais aspectos dessa transformação - as mudanças ocorridas no mercado de trabalho.
Percebe-se duas linhas de argumentações: uma com tom otimista, que enfatiza o progresso do Brasil, a redução da desigualdade e da pobreza, que defende a tese do surgimento de uma nova classe média e outra que rejeita essa tese, com um olhar diferente sobre as transformações ocorridas.
O governo federal através da SAE/PR tem elaborado estudos sobre essa transformação de modo a implementar políticas. O projeto encarregado dessa tarefa chama-se “Vozes da Classe Média”. Atualmente existem quatro