Análise comparativa da fábula a cigarra e a formiga de esopo nas versões de la fontaine e monteiro lobato
ATIVIDADE AUTO DESENVOLVIMENTO DA AULA TEMA 03
ALUNO JOAQUIM LEANDRO FILHO - PEDAGOGIA
Análise comparativa da fábula A Cigarra e a formiga de Esopo nas versões de La Fontaine e Monteiro Lobato
A cigarra e a formiga
A cigarra, sem pensar
em guardar
a cantar passou o verão.
Eis que chega o inverno, e então,
sem provisão na despensa,
como saída, ela pensa
em recorrer a uma amiga:
sua vizinha, a formiga,
pedindo a ela, emprestado,
algum grão, qualquer bocado
até o bom tempo voltar.
- Antes de agosto chegar,
pode estar certa a Senhora:
pago com juros, sem mora.
Obsequiosa, certamente,
a formiga não seria.
- Que fizeste até outro dia?
perguntou à imprevidente.
- Eu cantava, sim Senhora,
noite e dia, sem tristeza.
- Tu cantavas? Que beleza?
Muito bem: pois dança, agora...
(LA FONTAINE, Jean de. Fábulas. São Paulo: Estação Liberdade, 2004
A cigarra e as formigas – A formiga má
Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta. Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o seu cruel manto de gelo.
A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem folhinhas que comesse. Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou – emprestado, notem! – uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo o permitisse. Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa.
Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.
– Que fazia você durante o bom tempo? – Eu... eu cantava!...
– Cantava? Pois dance agora, sua vagabunda! – e fechou-lhe a porta no nariz.
Resultado: a cigarra ali morreu esticadinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o