Análise Capítulos II e VIII de Clara dos Anjos
O capítulo II trata da descrição física e do caráter de Cassi Jones, sua vida social, além disso, descreve sua família e a educação descurada que recebeu. A narração é feita em 3ª pessoa e o autor utiliza a linguagem coloquial, descompromissada com a formalidade e próxima do leitor. O trecho apresentado retrata o perfil do personagem Cassi Jones, sua personalidade e condição social, que pode revelar uma superioridade em relação à Clara dos Anjos.
[Trecho do capítulo II, foco da análise]
Cassi Jones de Azevedo era filho legítimo de Manuel Borges de Azevedo e Salustiana Baeta de Azevedo. O Jones é que ninguém sabia onde ele o fora buscar, mas usava-o, desde os vinte e um anos, talvez, conforme explicavam alguns, por achar bonito o apelido inglês. Era Cassi um rapaz de pouco menos de trinta anos, branco, sardento, insignificante, de rosto e de corpo; e, conquanto fosse conhecido como consumado "modinhoso", além de o ser também por outras façanhas verdadeiramente ignóbeis, não tinha as melenas do virtuose do violão, nem outro qualquer traço de capadócio. Vestia-se seriamente, segundo as modas da rua do Ouvidor; mas, pelo apuro forçado e o degagé suburbanos, as suas roupas chamavam a atenção dos outros, que teimavam em descobrir aquele aperfeiçoadíssimo "Brandão", das margens da Central, que lhe talhava as roupas. A única pelintragem, adequada ao seu mister, que apresentava, consistia em trazer o cabelo ensopado de óleo e repartido no alto da cabeça, dividido muito exatamente ao meio - a famosa "pastinha". Não usava topete, nem bigode. O calçado era conforme a moda, mas com os aperfeiçoamentos exigidos por um elegante dos subúrbios, que encanta e seduz as damas com o seu irresistível violão. Análise Capítulo VIII
O capítulo VIII descreve a jovem Clara dos Anjos, sua falta de perspectiva, a condição humilde da família sem