Análise alimentar e reprodutiva do Geophagus brasiliensis
Alex Queiroz de Brito - BIÓLOGO E-mail: aqbrito@yahoo.com.br INTRODUÇÃO Poucos estudos sobre o comportamento reprodutivo e alimentar de peixes tem sido abordados nas regiões que compreendem toda a província neotropical da América do Sul, especialmente nas zonas tropicais do Espírito Santo.
Comunidades neotropicais de peixes de água doce são muito pouco estudadas sob qualquer aspecto (Bohlke et al., 1978). Entretanto, nos últimos anos, diversos estudos foram feitos em comunidades naturais de peixes de água doce no Brasil, enfocando biologia alimentar e/ou distribuição espacial (e. g. Kñoppel, 1970; Soares, 1979; Goulding, 1980; Uieda, 1984; Sazima, 1986; Costa, 1987; Sabino e Castro, 1990). No Espirito Santo, no entanto, pouquíssimos estudos ictiológicos foram feitos.
Os Cichlídeos são peixes adaptados às províncias lóticas, sendo por isso, comumente encontrados em lagoas marginais, lagos, reservatórios e remansos dos rios. Possuem os raios das nadadeiras dorsal e anal e o primeiro raio da nadadeira ventral transformados em espinhos. A linha lateral é dividida em dois ramos: um anterior que corre mais dorsalmente e outro, posterior, que corre sobre o meio do pedúnculo caudal. O Geophagus brasiliensis (cará ou beré) é um pequeno peixe pertencente a família Cichlidae e possui como características: corpo alto (altura menos de três vezes o comprimento), borda superior do pré-opérculo lisa, ramo superior do primeiro arco branquial com lóbulo, linha lateral com 32-33 escamas (17-20 no ramo anterior e 11-15 no posterior), nadadeira dorsal com 14-15 espinhos e 11-12 raios, nadadeira anal com três espinhos e 7-8 raios, 17-18 rastros no primeiro arco branquial, sendo 5-6 superiores sobre o lóbulo branquial, uma listra escura transversal na face passando pelo olho, tronco atravessado por faixas transversais apagadas, uma mancha escura no