Antropologia
As diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais.
A espécie humana se diferencia anatômica e fisiologicamente por meio do dimorfismo sexual (h/m), mas é falso dizer que diferenças de comportamento existentes entre pessoas de sexos diferentes sejam determinados biologicamente.
Para se manter vivo, independente do sistema cultural ao qual pertença, ele tem que satisfazer um número determinado de funções vitais, com a alimentação, o sono, a respiração, a atividade sexual, etc. Mas, embora estas funções sejam comuns a toda a humanidade, a maneira de satisfazê-las varia de uma sociedade para outra. É esta grande variedade na operação de um número tão pequeno de funções que faz com que o home seja considerado um ser predominantemente cultural. Os seus comportamentos não são biologicamente determinados. (Kroeber apud LARAIA, p. 38.)
O comportamento humano depende de aprendizado, de um processo chamado de endoculturação.
A cultura age seletivamente e não casualmente sobre seu meio ambiente, explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria cultura e na história da cultura.
“Os dados científicos de que dispomos atualmente não confirmam a teoria segundo a qual as diferenças genéticas hereditárias constituiriam um fator de importância primordial entre as causas das diferenças que se manifestam entre as culturas e as obras das civilizações dos diversos povos ou grupos étnicos. Eles nos informam, pelo contrário, que essas diferenças se explicam antes de tudo pela história cultural de cada grupo. Os fatores que tiveram um fator preponderante na evolução do homem são a sua faculdade de aprender e a sua plasticidade. Essa dupla aptidão é o apanágio de todos os seres humanos. Ela constitui, de fato, uma das características específicas do Homo Sapiens.” (Declaração da UNESCO – 1950)
Cultura = conceito historicamente constituído.