antropologia
São Paulo
Universidade Nove de Julho
2014
Introdução :
Nos últimos anos, a classe média brasileira vem crescendo de maneira significativa. Atualmente, a população classificada como "classe C" nas estatísticas oficiais (como, por exemplo, o Censo do IBGE) já representa mais da metade dos brasileiros. Este crescimento é reflexo de uma série de mudanças socioeconômicas como o aumento do acesso ao crédito, da taxa de emprego e da distribuição de renda. Por outro, essa mudança no perfil econômico da população brasileira tem resultados econômicos, políticos e culturais que ainda não foram percebidos e compreendidos completamente.
A partir da discussão sobre a visibilidade da classe C nas estatísticas oficiais, noticiários e também nas produções de entretenimento como as novelas, este plano de aula pretende tratar da ascensão da classe média no Brasil e discutir as origens e implicações desse fenômeno.
A Classe C é composta, hoje, por 91,8 milhões de brasileiros. Para a FGV, uma família é considerada de classe média (classe C) quando tem renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.591. A elite econômica (classes A e B) tem renda superior a R$ 4.591, enquanto a classe D (classificada como remediados) ganha entre R$ 768 e R$ 1.064. A classe E (pobres), por sua vez, reúne famílias com rendimentos abaixo de R$ 768.
Em agosto de 2008 o mesmo Centro de Políticas Sociais da FGV (CPS/IBRE/FGV) já havia alertado para este fenômeno quando lançou o estudo "A Nova Classe Média". Desde 2002, a probabilidade de ascender da classe C para a classe A nunca foi tão alta, e a de cair para a classe E nunca foi tão baixa. A título de comparação, segundo o Pew Institute, 53% dos norte-americanos se consideram classe média. O novo Critério Brasil classificava como classe C, em 2005, 43% dos brasileiros. A classe média emergente continuou em expansão, desde então, nas seis principais metrópoles do país e passou a representar 53,8% da