Antropologia
Sinaliza o autor para o árduo enfrentamento que a disciplina exige daqueles que pretendem estudar e praticar a antropologia, demonstrando as dificuldades por que passa (e sempre passará) o antropólogo fiel ao seu objeto e, sobretudo, consciente da magnitude do propósito desta ciência.
Toda a complexidade da ciência antropológica reflete, evidentemente, a correspondente complexidade apresentada pelo seu objeto, o homem. Ressalte-se, ainda, que temos no âmbito do saber antropológico o homem enquanto sujeito do conhecimento, mas também o homem como objeto do conhecimento, o que torna a problemática antropológica, a um só tempo, árdua e fascinante.
Uma obra de introdução à antropologia dificilmente poderia ser mais apropriada que esta, ora em comento. Isto porque Laplantine consegue nos dar as boas-vindas ao universo antropológico de forma consciente e comprometida, sem abrir mão das remissões e apresentações comuns a toda obra de introdução.
Eis uma passagem que revela a tensão vivida pelo antropólogo, mas que também ilustra uma postura plenamente possível e potencialmente enriquecedora:
"Não posso ser ao mesmo tempo eu mesmo e um outro, e no entanto, para ser totalmente eu, devo também sair de mim a fim de apreender uma figura recalcada, mas possível de mim. Não posso situar-me simultaneamente dentro e fora de minha sociedade, e no entanto, para compreender minha sociedade no que nunca diz de si própria por que não o percebe, devo fazer a experiência de uma descentração radical".As organizações, principalmente aquelas de grande porte, precisam de colaboradores com uma postura proativa, que proponham