Antropologia
Os Cheyene, índios das planícies norte-americanas, autodenominavam-se "os entes humanos” e os Navajo intitulavam-se "o povo’. Os Akuáwa, grupo tupi do sul do Pará, no Brasil, consideram-se "os homens" e os Xavantes, que habitam o leste de Mato Grosso, acreditam que o seu território tribal está situado bem no centro do mundo. Os aborígenes australianos chamavam às roupas dos brancos de "peles-de-fantasmas", pois não acreditavam que os ingleses fossem parte da humanidade.
Os Urubus, grupo tribal do vale do Pindaré, no Maranhão brasileiro, autodenominam-se Kaapor (Kaa = madeira, mata, floresta e Pôr = ser). É este o seu mito de criação: "Todos os homens vieram das madeiras. Todos. Só que, enquanto os Kaapor originaram-se das madeiras boas, os outros homens nasceram das madeiras podres”.
Da mesma forma, eis o mito de origem dos índios Mbaiá-guaicuru, cujo território se situava em terras paraguaias e brasileiras: "Quando o ser supremo, Gonoenhodi, decidiu criar os homens, tirou primeiro da terra os guaná, depois as outras tribos; aos primeiros, deu a agricultura, e a caça às segundas. O Enganador [outra entidade do panteão indígena] percebeu, então, que os mbaiá tinham sido esquecidos no fundo do buraco e os fez sair; mas, como nada mais lhes restasse, tiveram o direito à única função ainda disponível, a de oprimir e explorar os outros."
[Queixa] Não podemos confiar nos Franceses.
[Resposta] Tal depende do que se considera “confiar”. Se espera que os Franceses reajam como os Americanos, irá ficar desapontado. Eles não são Americanos, são Franceses. Se espera que os Franceses sejam rápidos, ficará desapontado; os Franceses nunca se apressam – aliás à semelhança da quase totalidade dos povos fora da América.
(Manual prático 112 Queixas sobre os Franceses,