Antropologia
Carolina é mulher, negra pobre, mãe solteira, mora na favela e é semi-analfabeta, todos quesitos excludentes. A mulher já é marcada por sua subalternidade devido a cultura de gênero de “dominação masculina” , com padrões patriarcais, o que é muito mais difícil relatar, dar voz, ou seja, na maioria das vezes permanecendo ocultas. Desta forma, independente da etnia ou classe social, a mulher já era considera inferior e renegada a produção literária.
Carolina, contrariando todos os estereótipos, em meio a um contexto de repressão da ditadura, foi uma voz que fez-se ser ouvida, em diversos países, concebendo-se como uma representante para os excluídos e silenciados, moradores da favela.
A autora faz criticas as condições de vida nas favelas, aos políticos e a fome vivenciadas pelos moradores. O tom de denuncia fica mais explicito quando a autora desfaz os estereótipos dos “favelados”, que até então eram vistos como comunidades unidas, sem preconceitos, solidário, cordiais e infelizes. Pelo contrário, são egoístas, medíocres, agressivos e felizes. Também fica claro o caráter de resistência e protesto daqueles que são invisíveis; evidenciando ainda mais a atualidade e sensibilidade política da autora.
Estes escritos possibilitam o resgate de uma literatura afinada com as questões sociais e seus reflexos que não teve o devido valor.
O segundo texto, Serviço Social e pobreza, trata da relação histórica com diversas interpretações, acompanhando o segundo, a trajetória histórica do primeiro.
A pobreza faz parte do cotidiano do trabalho do Assistente Social, marcados por exploração, opressão,