Antropologia e seus questionamentos

O desenvolvimento do trabalho de campo sistemático produziu uma enorme quantidade de novos conhecimentos, e colocou em xeque o modo tradicional de manipular os dados empíricos. Nesse sentido, ouve uma verdadeira mudança no modo de estudar sociedades. Como se sabe, na história da antropologia social existe duas vertentes analíticas: Evolucionismo e o Funcionalismo. A primeira trabalha com perspectiva totalizadora de modo que, uma sociedade é tomada sempre como ponto de referência indiscutível, ou seja, supõe-se que há um modelo ideal de cultura para o qual todas as sociedades tendem a convergir. Já a teoria funcionalista desenvolve uma visão parcial mais acurada do estudo das sociedades humanas. Nesse último método vale ressaltar a importância do trabalho do antropólogo na sociedade estudada. Tendo-se em vista que, além de observador/ indivíduo, ele passa a estar inserido nesse grupo que está sendo estudado. Consequentemente, a análise tende a afastar-se do senso comum, na medida em que se permite ouvir as sobre as diferenças, mudanças, as ideologias, costumes, crenças, ou ações.
Para conhecer o funcionamento de uma aldeia, por exemplo, o antropólogo precisa através do diálogo com líderes ou chefes dessa tribo, entender muito além do superficial seus hábitos, suas práticas, sua cultura. Lembrando que, o antropólogo deve mergulhar nesse novo universo sem permitir envolver-se usando de julgamentos, ou comparações. Foi nesse âmbito, que o trabalho de campo intensivo se materializou. Através do estudo, percebendo sua tessitura interna, descobrindo seus pontos contraditórios, e como tais conflitos são vivenciados, justificados pelos seus membros. Questionando os membros do sistema teremos condições de situar o nível, de descobrir o lugar, a divergência, e o conflito como categoria sociológica dentro daquele sistema. Essa é uma consideração absolutamente fundamental, porque sem ela jamais poderemos transcender o empirismo que a antropologia social tem sistematicamente