Antropologia - Lévi-Strauss
1) Por que a ideia de progresso como algo regular e contínuo é enganosa?
Apesar dos progressos atingidos pela humanidade serem incontestáveis, não é tarefa fácil ordená-los em uma forma regular e contínua. Há algum tempo, os cientistas ordenavam a linha do tempo da humanidade de maneira simplória, trazendo o progresso histórico humano em sentido único, de forma a colocar cada fase em um espaço de tempo bem definido. Hoje, vemos que esse esquema, além de retratar uma continuidade nem sempre apresentada, acaba por esconder muito da complexidade da história, separando no tempo etapas que, na verdade, foram contemporâneas. Há alguns anos, pensava-se o período chamado paleolítico como uma progressão histórica dividida em três etapas; paleolítico inferior, paleolítico médio e paleolítico superior; Atualmente admiti-se que essas três formas coexistiram, constituindo-se não como etapas, e sim como faces de uma realidade não estática.
O progresso da humanidade não acontece no mesmo sentido, de forma única e contínua, ele é o resultado de caminhos seguidos em meio a muitas outras progressões disponíveis, é influenciado por mudanças de orientação e nem sempre é uma história acumulada favorável.
VI – Histórias Estacionárias e História Cumulativa
1) Com que argumentos Lévi-Strauss critica as noções de “história estacionária” e “história cumulativa”?
Lévi-Strauss critica a visão de historia estacionária, dizendo que esta é uma denominação feita às sociedades que se desenvolvem sem absorver valores suscetíveis à sociedade do observador. Ele nos remete a refletir que talvez a distinção feita entre história estacionária e história cumulativa resulte da perspectiva etnocêntrica na qual sempre nos colocamos para avaliar uma cultura diferente. Assim, considerariamos uma cultura sendo estacionária quando sua linha de desenvolvimento nada nos significa.
Ele fala dos idosos dizendo que eles consideram geralmente como estacionária a