1. A afirmativa "As sociedades sem leis escritas, poder burocrático e Estado estão fadadas ao caos, à desordem e à violência generalizada" está despida de veracidade. De acordo com Hobbes o Estado é um elemento necessário para a convivência pacífica entre sociedades, pois sem ele viveriam em uma constante luta. A Antropologia é responsável por provar que é possível uma sociedade sem Estado viver de forma pacífica, utilizando outros meios coercitivos e de controle social além do Estado. Nesse sentido temos a Antropologia Legal, que estuda as sociedades consideradas como primitivas, essa corrente antropológica entende que toda sociedade tem suas normas e regras, sejam elas sem escrita ou sem Estado. Existem muitas sociedades sem leis escritas e poder burocrático até os dias de hoje, porém, isso não significa que elas não tem regras, controle social ou sanções, mas sim que esses mecanismos existem em uma instituição diferente do Estado e funcionam mesmo em sociedades atuais. Vale ressaltar que nas sociedades há muitas regras e costumes que não estão formalizados em lei e, mesmo assim, são respeitados. De acordo com grandes sociólogos como Eugen Ehrlich o Estado possui um papel secundário no cotidiano das sociedades. No entanto, muitos sociólogos jurídicos afirmam que o poder da sociedade aplicar sanções e punir uma conduta ilegal é fundamental ao Direito. Um exemplo de sociedade sem Estado são os esquimós, que, no entanto, vivem com suas próprias leis, como por exemplo, repartir o alimento que possuem e consideram crime armazenar o alimento. Ainda, no texto de Robert Shirley é possível ler que as sociedades consideradas primitivas, muitas vezes, possuem regras mais úteis e sinceras, pois na sociedade moderna vemos leis em exagero, que muitas vezes sequer são postas em prática ou estão desatualizadas, enquanto nas sociedades primitivas as leis desnecessárias são esquecidas.
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3. A Antropologia legal consiste no estudo antropológico da ordem social, bem como as regras