Antropologia Interpretativa
A antropologia interpretativa também olha para a leitura e interpretação que os nativos daquela sociedade fazem de sua própria cultura e sociedade. Entende a cultura como sendo uma hierarquização de significados, e busca uma descrição densa do que foi analisado e observado.
A partir da década de 1960, o antropólogo Clifford Geertz, desenvolveu a teoria da Antropologia Interpretativa por meio da problematização dos estudos antropológicos. Sua teoria buscava compreender a cultura de povos “nativos” numa visão de dentro, isto é, fora do olhar colonizador (olhar marcado pela diferenciação e pela superioridade étnica). Essa idéia foi central para se discutir a política e o papel ideológico da Antropologia, que escrevia a História da diversidade cultural dos povos.
Graças a Antropologia Interpretativa de Geertz, que inteirava a observação participante e a interpretação do antropólogo, os estudos etnográficos ganharam fundamental importância, principalmente no que concerne aquilo que os antropólogos denominam de descrição densa. E nesse aspecto, reside uma importante contribuição para o estranhamento da autoridade etnográfica no campo teórico (VERSIANI, 2005). Foi o responsável pela redefinição da ação do antropólogo, que passa a considerar a cultura como um texto a ser decodificado, interpretado, reinterpretado. O resultado dessas múltiplas visões de mundo sobre o mesmo objeto do antropólogo, resulta em diversos significados, algumas das vezes até conflitantes por serem construídos pela polifonia de vozes. Mas, a antropologia interpretativa ameaça a ditadura da linguagem,