antropologia indigena
DA AUTONOMIA INDÍGENA1
Gersem Baniwa
Universidade de Brasília
Resumo
O legado teórico e político da antropologização das lutas étnicas no Brasil nas últimas décadas do século XX, por outro lado, os desafios teóricos e políticos do processo de descolonização dos imperativos metodológicos e filosóficos da antropologia moderna brasileira. Esta abordagem será desenvolvida tomando como referência empírica os processos de mudanças que ocorreram no campo do indigenismo brasileiro contemporâneo e das primeiras incursões de indígenas na formação universitária e em particular na formação das ciências sociais. Percebe-se que os primeiros antropólogos indígenas ensaiam uma apropriação cautelosa dos instrumentos metodológicos e conceituais da antropologia, mas percebe-se também um desencontro de perspectivas epistemológicas entre a racionalidade dos saberes indígenas e a racionalidade dos conhecimentos ditos científicos da antropologia, de difícil equação sem uma mudança nas bases normativas e epistêmicas da disciplina e da instituição. Diante disso, urge pensar novas metodologias e epistemologias no âmbito da disciplina capazes de implementar processos efetivos de diálogos interculturais no âmbito da produção e transmissão de conhecimentos que superem definitivamente o processo de colonização técnico-científica.
Palavras-chaves: Antropologia Indígena, ciência e conhecimentos indígenas, descolonização da antropologia.
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Trabalho apresentado na 26ª. Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 01 e 04 de junho de 2008, Porto Seguro, Bahia, Brasil.
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Inicialmente gostaria de agradecer à ABA pelo irrecusável oportunidade para participar deste importante evento da antropologia brasileira. Sei que minha contribuição, do ponto de vista de conteúdo teórico para o debate é muito limitada, uma vez que me considero um verdadeiro iniciante no fascinante mundo da
“militância” antropológica enquanto um espaço ilimitado