Antropologia Geral I
1 – O contexto geral da antropologia social e cultural
1.1 – Noção geral de sociedade
O domínio de estudo da antropologia social diz respeito ao universo da actividade social e cultural do ser humano no seio da sociedade.
Definição geral de sociedade – pode ser dada como correspondendo a um conjunto de indivíduos de ambos os sexos e de todas as idades, agregados de forma mais ou menos permanente e submetidos a um tipo de civilização comum.
Para Guy Rocher, entre outros uma sociedade define-se pela “multiplicidade das interacções de sujeitos humanos que compõem o tecido fundamental e elementar da sociedade, conferindo-lhe ao mesmo tempo existência e vida”.
Para outros sociólogos uma sociedade consiste num grupo de seres humanos com capacidade para autoreproduzir a sua existência colectiva, em função de um sistema de regras para a acção cuja duração de vida ultrapassa a dos indivíduos que a elas submetem.
As comunidades das várias aldeias (ou colectividades para usar a terminologia de H. Mendras, dado que segundo ele nem tudo ser comum numa aldeia), ou as formas de organização social das vilas e cidades de Portugal, representam assim sistemas sociais dotados de subsistemas próprios interrelacionando-se no seio de um super-sistema englobante, neste caso o país.
É necessário referir outros elementos fundamentais dos sistemas sociais como os pequenos grupos, ou
«grupos elementares», para ter uma ideia de como se estruturam as sociedades.
Na realidade, para que um pequeno grupo possa definir como grupo social e constituir funcionalmente um
«grupo elementar», este não corresponde à simples soma de um certo número de indivíduos reunidos em determinado local, com uma finalidade individual aleatória e provisória. É necessário que ele se organize, na base da existência de relações com determinado carácter relativamente permanente.
Grupos domésticos – pequenas sociedades compostas por um reduzido efectivo de indivíduos vivendo
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