Antropologia Fichamento Textos
Casa Grande & Senzala representou um projeto muito ambicioso, qual seja, o de explicar a natureza do homem brasileiro. Contemplando aspectos sociais e culturais, ainda que transitasse pelo terreno do político e do econômico.
Sua proposta era apresentar um retrato da vida do Brasil colonial. Para tanto, utilizou-se da criação de um grande painel dos tipos raciais e culturais responsáveis pela formação do imaginário social brasileiro: o português, o índio e o negro. Gilberto Freyre provoca um deslocamento no enfoque dado até então à temática da formação do povo brasileiro, abolindo o conceito de raça em detrimento do conceito de cultura.
Do painel criado por Freyre, podemos perceber que o primeiro elemento –o português- gozou do status do bem feitor. Freyre nos diz que, ao virem para o Brasil, os portugueses trouxeram consigo seus costumes e tradições, com o intuito de incorporar sua cultura econômica e social.
Tendo enaltecido de forma tão romântica tal personagem, a tarefa passou a ser dupla neste momento: trata-se da defesa e acusação do negro. Em algumas passagens do livro, encontramos preconceitos contra os negros, rotulados de indolentes. Todavia, o que parece predominar é a boa imagem que tem deles da força do negro no trabalho e na passividade das escravas. Foram muitos os papéis assumidos pelos negros no Brasil, alguns chegaram a ensinar meninos brancos a ler, nas suas relações com os senhores encontramos traços de afinidade, e nos relacionamentos com escravos domésticos encontramos traços de afetividade.
Assim, o terceiro personagem dessa trama é construído a partir de um conjunto de imagens repletas de preconceitos. Quanto ao homem indígena, não tendo se adaptado ao trabalho agrícola, “devido à preguiça”, teve na mulher indígena a sua salvação, pois foi dela o papel mais importante desempenhado pelo grupo -o de esposa e mãe de família- , isso devido a falte de mulher branca.
A tese