Antropologia da Música
Antropologia é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões, inclusive a música e seus componentes.
Afirmamos com base nesta ciência que a música não é somente um conjunto de sons, vai muito, além disso, é também uma prática de rituais sociais com significados diferentes, atentando-nos que ritual não está ligado apenas à religião, e sim para os aspectos que dão sentido às práticas sociais.
A Antropologia da Música trabalha questões do contexto musical e suas relações com mundo e sociedade. Já a Etnomusicologia se concentra no “texto”, naquilo que se ouve, nas questões técnico-musicais. É como se a antropologia fosse uma “disciplina”, com perspectivas teóricas sobre as sociedades humanas, e a etnografia fosse o método, a escrita sobre as pessoas (através da observação-participante).
Segundo John Blacking: “A música é frequentemente gerada por regras não-musicais. E assim é uma música. Embora o discurso musical ou a “forma de movimento tonal” , seja o objeto da criação, da percepção e a fonte da experiência musical, termos técnicos como “melodia”, “tonalidade”, “intervalos”, “harmonia”, “quartas”, “quintas”, “terças”, est.., precisam ser generalizadas para que possam descrever a organização cognitiva de outros fenômenos, símbolos e conceitos, assim como sons da música.”
Para Wisnik, a música constitui-se no "jogo entre som e ruído". E estabelece o conceito de ambos, sendo o ruído caracterizado como o "som do mundo", como "freqüências irregulares e caóticas com as quais a música trabalha para extrair-lhes uma ordenação", já a música apresenta-se como "ordenação do mundo, acordo que projeta o fundamento do universo social".
Mas o que é ruído em um contexto, pode não ser em outros. Ele pode ser tido como uma interrupção na comunicação (como quando um aparelho está com mau contato e solta um som agudo), como um pano de fundo (como o ar condicionado