Antropologia brasileira- artigo
Gilberto Freyre em seu famoso livro Casagrande e Senzala contribui, de maneira pioneira dentre os pensadores brasileiros da primeira metade do século XX, em uma análise salutar sobre a formação social do brasil partindo do estudo da formação da família brasileira. Nos apresenta com propriedade a relevante influência principalmente do negro na vida sexual e de família do brasileiro, afirma a presença ativa dos negros dentro das casas grande e na vida íntima dos brancos desde de seu nascimento até o fim de suas vidas. Retrata, portanto, quase que exclusivamente apenas os escravos de serviço domésticos, aqueles que conviviam e trabalhavam no interior das casas grandes.
O autor foi inovador em sua época ao escrever Casagrande e Senzala em alguns vários aspectos, ressaltase a abordagem não somente temática como motodológica também. Tido também como clássico da literatura brasileira, seu livro foi escrito de maneira não tão rígida como os textos sociológicos de seu tempo, Darcy Ribeiro lhe atribui uma liberdade artística.
Freyre não abordou uma metodologia única ou específica e não buscou teorizações ou generalizações teóricas, mas atentou para os aspectos etnográficos, se aproximando mais da interpretação etnográfica. Nesse aspecto fica claro sua formação boasiana (FREYRE, 2002).
Considera a contribuição do negro e também do indígena (em monor grau) na formação da cultura brasileira como algo positivo e enriquecedor, vê a miscigenação a partir da ótica cultural e não genética. Embora se encontre em sua fala argumentos eugenicistas e das teorias evolucionistas, não considera que a miscigenação resultaria em degenerescencia da raça.
Nesse sentido, Freyre afirma a religião católica no Brasil, menos ortodoxa, como ponto de encontro e de confraternização entre as culturas africana e portuguesa, os escravos eram batizdos e ensinados no catolicismo e permitidos manter alguns aspectos de suas crenças nas festas religiosas