Antologia Poética

Infância

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
Lia histórias de Robison Crusoé,
Comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a
Ninar nos longes da senzala_ e nunca se esqueceu chamava para o café.

Minha mãe ficava sentada cosendo
Olhando para mim:
_Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava
No mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
Era mais bonita que a de Robison Crusoé.

Este poema retrata belas imagens da infância do autor, de uma maneira simples, a família é o plano de fundo usado pelo poeta. Ele conta sobre como era sua vida quando criança, o que seus pais e seu irmão faziam, e por fim viu que sua vida era mais bonita do que as histórias contadas por Robison.

Áporo

Um inseto cava
Cava sem alarme
Perfurando a terra
Sem achar escape

Que fazer, exausto,
Em país bloqueado,
Enlace de noite
Raiz e minério?

Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
Presto se desata:

Em verde, sozinha,
Antieuclidiana,
Uma orquídea forma-se.

Este poema demonstra que nenhuma luta é sem objetivo, as pessoas batalham por suas metas, algumas vezes parece ser impossível, e algumas vezes tudo pode dar errado, mas não se deve desistir, pois quando você menos espera você consegue o que sempre quis, e também quer dizer que planejar o seu futuro é o papel que todos nós devemos exercer.

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
Que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história.

Representa o desencontro amoroso em diversos casos, enquanto uma pessoa ama alguém, esse