Antologia Poética de Oswald de Andrade
Canto de Regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
BIOGRAFIA
Um dos principais literatos do modernismo no Brasil, José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo no ano de 1890 e viveu até 1954, ano de seu falecimento.
Em 1916 deu inicio ao livro Memórias Sentimentais de João de Miramar. Em 1917 conheceu Mario de Andrade e a partir de então, passaram a trabalhar juntos iniciando movimentos que visavam a Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu em 1922.
Ainda no ano de 1922, o escritor modernista Oswald de Andrade escreveu o romance Trilogia do Exílio. A partir de então, escreveu outras obras: Estrela de Absinto, A Escada Vermelha, Primeiro Caderno do Aluno de Poesia, etc.
No ano de 1924, Oswald lançou na Europa o movimento nativista Pau-Brasil. Para dar continuidade a este movimento, ele fundou, em 1927, a Revista de Antropologia com seu Manifesto Antropofágico.
Com A Crise da Filosofia Messiânica, ele passou a ser livre Docente de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo.
Além dos livros escritos por ele, Oswald de Andrade foi o precursor de perspectivas totalmente inexploradas pelo teatro brasileiro.
ANÁLISE CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA
Surpreende ao fazer uma assonância entre palmeiras e palmares. Essa troca do "ei" por "a" provoca choque, surpresa, pois mexe no cerne do Gonçalves Dias, destruindo a métrica, o ritmo e o sonho do autor para falar de negros, do Quilombo dos Palmares. A seguir, trata do som revoltado, grandioso, incontrolado do mar, não de um mar calmo, tranqüilo, mas sim