antologia poetica
A Estrela (Manuel Bandeira)
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que sua distancia
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alta Luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste no fim do meu dia.
Explicação: O poema relata um homem apaixonado por uma moça muito bonita, sozinha como relata nas estrofes, porém estar muito longe. A estrela é uma imagem obsessiva na poesia de Bandeira, metaforizando o absoluto, o inatingível, a luz que orienta, na mesma linha da poesia romântica e simbolista, em A estrela, nota-se as posições entre a vida vazia do poeta e o brilho do astro inacessível, utópico. Os contrastes aparecem no plano espacial e cromático ("Era uma estrela sozinha Luzindo no fim do dia", "E ouvi-a na sombra funda").
Biografia Crítica
Ele foi um dos poetas nacionais mais admirados, inspirando, até hoje, desde novos escritores a compositores. Aliás, o "ritmo bandeiriano" merece estudos aprofundados de ensaístas. Por vezes inspira escritores não só em razão de sua matemática, mas também devido ao estilo sóbrio de escrever.
Manuel Bandeira possui um estilo simples e direto, embora não compartilhe da dureza de poetas como João Cabral de Melo Neto, também pernambucano. Aliás, numa análise entre as obras de Bandeira e João Cabral, vê-se que este, ao contrário daquele, visa a purgar de sua obra o lirismo. Bandeira foi o mais lírico dos poetas. Abordam temáticas cotidianas e universais, às vezes com uma abordagem de “poema-piada”, lidando com formas e inspiração que a tradição acadêmica considera vulgares. Mesmo assim, conhecedor da Literatura, utilizou-se, em temas cotidianos, de formas colhidas nas tradições clássicas e medievais. Em sua obra de estréia (e de curtíssima tiragem) estão