antologia de poemas da lingua portuguesa do seculo xix
Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882)
Se negro sou ou sou bode, Pouco importa. O que isto pode? Bodes ha de toda casta, Pois que a especie é mui vasta ... Ha cinzentos, ha rajados, Baios, pampas e malhados, Bodes negros, BODES BRANCOS, E sejamos todos francos, Uns plebeus e outros nobres, Bodes ricos bodes pobres, Bodes sabios, importantes, E tambem alguns tratantes ... Aqui, nesta boa terra, Marram todos, tudo berra. . . . . . . . . . . . . . Cesse, pois, a matinada, Porque tudo é bodarrada!
LUIZ GAMA
Nasceu em Salvador, Bahia. Filho de uma escrava africana. Seu pai, português, o vendeu como escravo. Em casa dos seus senhores aprendeu a ler com um acadêmico de Direito. Fugiu para assentar praça no Exército. Foi escrevente de cartório, amanuense do gabinete particular do Conselheiro Furtado de Mendonça, de onde por motivos políticos foi expulso. Foi jornalista onde teve destacada atenção na Campanha Abolicionista. Como escravo foragido destacava-se na causa abraçada, manejando com maestria a sátira como exemplifica seu poema "A Bodarrada". Obras poéticas: Primeiras Trovas Burlescas, Poesias Satíricas
José Bonifácio de Andrada e Silva
"O Moço" (1827-1886)
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JOSÉ BONIFÁCIO
Este ilustre poeta era chamado de "O Moço" para diferenciá-lo de seu tio "O