antipireticos
A temperatura corporal normal é regularizada por um centro localizado no hipotálamo, que assegura um equilíbrio entre a perda e a produção de calor. Ocorre febre quando surge algum distúrbio nesse " termostato " hipotalâmico, provocando elevação do ponto de ajuste da temperatura corporal. Os AINE reajustam o termostato. Uma vez normalizado o ponto de ajuste, os mecanismos de termorregulação (dilatação dos vasos sanguíneos superficiais, sudorese etc.) passam a atuar para reduzir a temperatura. A temperatura normal não é afetada pelos AINE. Acredita-se que os AINE sejam antipiréticos devidos, em grande parte, à inibição da produção de prostaglandinas no hipotálamo. Durante uma reação inflamatória, as endotoxinas bacterianas causam a liberação de um pirógeno - IL-1 (Cap. 15) - pelos macrófagos, que estimula a produção de prostaglandinas do tipo E (PGE) no hipotálamo; por sua vez, essas prostaglandinas induz em a elevação do ponto de ajuste da temperatura. A COX-2 pode desempenhar algum papel nesse processo, visto que ela é induzida pela IL-1 no endotélio dos vasos sanguíneos no hipotálamo. A COX-3 pode estar implicada na febre.
Há algumas evidências de que as prostaglandinas não constituem os únicos mediadores da febre; assim, os AINE podem exercer efeito antipirético adicional através de mecanismos que permanecem desconhecidos.
No controle da febre, todos esses fármacos têm igual eficácia clínica. Evidências contemporâneas apontam que hipertermia pode ser manifestação de defesa orgânica, não devendo ser prontamente atacada na ausência de comprometimento do estado geral do paciente. Também não se previne recorrência de convulsões em pacientes suscetíveis com antipiréticos, até porque aquelas podem reaparecer com temperaturas mais baixas, em episódios febris de menor duração. A propalada supremacia da dipirona pode dever-se ao uso de subdoses de outros antitérmicos ou ao não aguardo do período de latência ou, ainda, à administração tardia da