Antigo Regime
- A população da Europa nos séculos XVII e XVIII: crises e crescimento A Europa dos séculos XVII e XVIII foi marcada pela sua base agrícola (80% da população dedicava-se à agricultura) e debilidade tecnológica (utensílios rudimentares, recurso à força animal e humana, prática do pousio e não utilização de fertilizantes), que restringia as produções ao número de homens, o que se revelou como uma das principais causas das crises demográficas que marcaram claramente estes séculos, dado que o crescimento natural estava limitado pela insuficiência de recursos alimentares. Assim, as crises alimentares ajustavam as populações às subsistências, devido à impossibilidade de aumentar as produções.
Antes da Revolução Industrial do século XVIII, a Europa caracterizava-se pelo vigor do modelo demográfico antigo, que apresentava indicadores de destaque como a elevada taxa de mortalidade (35%0), elevada taxa de mortalidade infantil (1/4 das crianças com menos de um ano morriam), taxa de natalidade elevada também e um pouco mais elevada do que a taxa de mortalidade, permitindo crescimento natural positivo em anos normais, casamentos tardios que atuavam como forma de controlo da natalidade e ainda a esperança média de vida incrivelmente baixa (25-30 anos).
Devido à existência de fome e epidemias, as crises demográficas eram frequentes, apesar de terem, geralmente, curta duração, sendo que eram caracterizadas pela existência de um aumento brusco da taxa de mortalidade para o dobro ou o triplo e pela quebra acentuada dos nascimentos e dos casamentos, sendo que eram procedidas por um período de recuperação em que se restabeleciam os índices habituais de mortalidade, natalidade e nupcialidade.
O século XVII foi profundamente marcado pelas fomes, epidemias e guerras que, em simultâneo, levaram a uma série de consequências muito negativas para a demografia europeia que ficou marcada pela desgraça e pelas catástrofes. Devido aos Invernos rigorosos