Antigamente Carlos Drummond
Antigamente as moças eram educadas e elegantes e eram todas muito lindas e boas donas de casa. A festa de aniversário mais esperada era quando completavam 18 anos, pois nessa idade eram, em geral, pedidas em casamento. Os rapazes, mesmo que não fossem bonitões, paqueravam as moças, de longe, sem se manifestarem. E se recebiam um “não” para suas pretensões de namoro, o jeito era procurar outra namorada.
As pessoas, quando corriam, era porque estavam com muita pressa e não eram surpreendidas por qualquer coisa, ruim ou boa. Algumas davam pequenas informações com a esperança de obter outras que ninguém sabia e com isso julgavam saber mais que os outros. Enquanto isso, haviam os que ficavam em situação difícil ou, às vezes, embaraçosa, porque eram iludidos, abandonados e desapareciam sem deixar vestígios.
Os mais velhos, depois das refeições, faziam a digestão indo passear em locais frescos e calmos. E tomavam cuidado para não se resfriarem. Os jovens iam ao cinema e chupavam bombons de hortelã e gengibre. Ou sonhavam em andar de avião. Estes, sem nenhuma vergonha, se metiam em confusão e situações difíceis; por isso se enganavam e perdiam bons negócios.
Havia os que recebiam uma boa educação quando crianças e quando estavam em ambientes requintados sabiam se comportar devidamente. Se enviavam alguma mensagem a alguém, o portador da mesma assegurava que a entregaria. Outros, quando encontravam um padre, tiravam o chapéu em sinal de respeito e diziam: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!” e o padre sempre respondia: “Para sempre seja louvado!” E os que tinham mais co-nhecimento, se alguém espirrava – sinal de alguma alergia ou gripe – eram impelidos a dizer: “O Senhor esteja contigo!”
Os presunçosos, apesar de não terem conhecimento suficiente sobre alguns assuntos, queriam demonstrar que os entendiam aí se complicavam. Era natural que com eles as pessoa se atrapalhassem e perdessem a paciência. Haviam os que ficavam magoados por