Anticorpos antiespermatozóides
Os espermatozoides são ‘estranhos’ ao corpo que os produz, porque eles contêm apenas metade do número normal de cromossomos. Os espermatozoides, ou produtos de espermatozoides, que entram em contato com o sangue são, portanto, capazes de iniciar uma reação imunológica com a produção de anticorpos anti-espermatozoide. Por essa razão, a espermatogénese normalmente acontece atrás de uma ‘barreira imunológica’ nos testículos.
Mas, em alguns indivíduos do sexo masculino, os espermatozoides ou componentes dos espermatozoides passam através da barreira e estimulam a produção de anticorpos.
Anticorpos podem, então, entrar no fluido seminal e ‘atacar’ os espermatozoides. Através de observação ao microscópio, verificou-se que os anticorpos anti-espermatozoide causam aglutinação dos espermatozoides e reduzem seriamente a motilidade, assim causando infertilidade Uma vez que o sistema imunitário tenha sido sensibilizado pelos espermatozoides, é extremamente difícil reverter o processo. No entanto, pelo uso de altas doses de corticosteroides, a quantidade de anticorpos pode ser reduzida e a fertilidade temporariamente restaurada.
Observou-se que tais fatores imunológicos estão presentes em até 40% dos casais com infertilidade inexplicada, e em 10% dos casos de infertilidade masculina inexplicada.
A infertilidade num casal pode ocorrer se o muco cervical da mulher criar um ambiente hostil, produzindo anticorpos contra os espermatozoides de seu parceiro. Mais frequentemente, o problema é devido ao parceiro masculino que produz anticorpos contra os seus próprios espermatozoides. Os anticorpos circulantes contra os espermatozoides estão presentes na maioria dos homens que se submeteram a vasectomia, e após a reversão do procedimento esses anticorpos frequentemente aparecem no plasma seminal.
Obstruções unilaterais ou bilaterais do aparelho genital (quer congénitas ou adquiridas), epididimite e varicocele estão também,