Antiarte por excelência
Os Parangolés de Hélio Oiticica
Sendo uma grande figura na cena artística avantgarde das décadas de 60 e 70, Hélio Oiticica mudou, até exageradamente, o conceito de que arte pode vir em muitas formas. Dividindo com a geração a necessidade de uma transformação social e cultural, fez parte do movimento neoconcreto, que rejeitava as noções de que obras de arte precisavam ser objetos fixos. Com seu novo conceito de que a arte pode (e deve) interagir com o tempo, espaço, e o ser humano, deu-se então o início de suas criações, que não só eram frequentemente controversas e revolucionárias, mas necessitavam de um indivíduo que as colocaria em movimento.
Surgiram, então, os Parangolés.
Descobertos (segundo ele próprio) em 1964, seus Parangolés eram, no mínimo, absurdos, inovadores e fascinantes. Trazendo os mais diversos materiais, como pano, borracha, vidro e corda, eram uma espécie de capa, mas podiam também vir na forma de estandartes e tendas. Difíceis de definir ou prever, traziam um design ousado, que necessitava de alguém que os colocasse em movimento, para então exibirem padrões e frases tão controversos que poderiam (e foram, por vezes) censurados.
Sendo caracterisados um "anti-instrumento", os Parangolés eram muitas vezes impráticos, não podendo ser considerado nem roupa nem adereço, muito menos fantasia. Eram obras artísticas, e de tão complicados, ditavam os movimentos do "executor", não tendo nenhuma função aparente além de inspirar e desafiar os pensamentos dos que os observavam. Oriundo da arte, o Parangolé transformava a pessoa em um transobjeto, rompendo o conceito de pintura e destruindo de vez o método das belas artes tradicionais.
Seguindo o Parangolé, Oiticica, sempre viciado na idéia de transgredir quaisquer regras simples de arte, liberou sua imaginação em diversos tipos de obras que seguiram: Bólides, Metaesquemas, Penetráveis, Barracões, Cosmococas, Quasi-Cinemas, e uma infinidade de elementos que seguiam a linha de