anti retrovirais
Número 4 • Julho de 2008
Em diacom as CIÊNCIAS
NATURAIS
Eduardo Canto
Autor de Ciências Naturais, aprendendo com o cotidiano – Editora Moderna
O que é um anti-retroviral?
Anti-retrovirais são usados no “coquetel anti-aids” porque o HIV é um retrovírus.
Em abril deste ano, o medicamento anti-retroviral tenofovir foi declarado de “interesse público” pelo Ministério da Saúde. Isso acelera a análise da patente que tramita no Instituto Nacional de
Propriedade Industrial (INPI). Há a expectativa de que, a exemplo do que já aconteceu nos Estados
Unidos, a patente seja negada porque a molécula da substância medicamentosa já era conhecida, o que não caracteriza inventividade por parte do fabricante. A negação permitiria a outros laboratórios produzir o remédio, barateando o custo.
Em abril do ano passado, outro anti-retroviral, o efavirenz, também foi declarado de “interesse público”. Nesse caso, por outro motivo: permitir a quebra da patente, o que também baratearia o custo.
O HIV consiste em RNA dentro de um envoltório. Quando o vírus entra em uma célula, o RNA é liberado no citoplasma e uma enzima do vírus, a transcriptase reversa, produz DNA a partir desse
RNA. Essa situação é o oposto do que normalmente ocorre nas células, a síntese de RNA a partir de
DNA. Por isso, o HIV e os outros vírus que têm essa característica são denominados retrovírus.
O DNA produzido entra no núcleo e se incorpora ao genoma da célula hospedeira do vírus. A partir desse DNA, novos vírus são produzidos utilizando a estrutura celular. Por causa da íntima associação entre vírus e célula, é difícil conceber um medicamento que atue sobre o vírus, mas não sobre o hospedeiro. Difícil, mas não impossível. Uma das linhas de pesquisa de medicamentos antivirais está centrada na busca de substâncias que atuem exclusivamente nas etapas da atividade celular que produzem os novos vírus, mas não sobre os processos metabólicos normais do organismo hospedeiro.
O tenofovir e o