Antes de Tudo
A definição psicológica do preconceito é que, mais que apenas uma crença, o preconceito é uma Atitude. O termo atitude é encontrado também no vocabulário coloquial e a sua definição não difere tanto de sua representação científica. Atitude é uma dimensão psicológica correspondente a um tipo de conduta em relação a determinado objeto – ou estímulo – que aglutina em si uma dimensão emocional (sentimentos eliciados pelo estímulo), comportamental (ação) e cognitiva (convicções estereotipadas sólidas). Logo, o preconceito para a psicologia é um pouco mais do que apenas uma crença preconcebida sobre um determinado indivíduo a partir de concepções sólidas acerca do grupo a qual ele supostamente pertence, mas todo um viés de processamento e percepção grupal. Há algum tempo, acreditava-se muito na definição de Gordon Allport, que dizia que além de ser uma atitude, o preconceito também seria hostil contra uma pessoa por pertencer a um grupo desvalorizado socialmente, ou seja, uma minoria.
É sabido que em épocas acirradas de disputas grupais – e qual outro campo de nossas vidas em que a disputa é tão valorizada e reforçada que não o esporte? – os estereótipos, frutos de um processo automático chamado de categorização6, acabam sendo exacerbados. De fato, o mero surgimento dos estereótipos quando em um processo grupal vem para fundamentar uma divisão entre “nós-eles” por parte das pessoas, ou seja, forma-se (ou compreende-se) um endogrupo (ingroup, o grupo ao qual pertenço) e um exogrupo (outgroup, o grupo de fora).
Outro fundamento interessante para entender o preconceito é a teoria chamada “Dissonância Cognitiva”, cunhada pelo pesquisador Leon Festinger7, que basicamente destacou a influência de alguns processos cognitivos automáticos para a adequação da percepção do mundo ao nosso redor às nossas crenças e atitudes, em uma tentativa de melhor compreensão dele. Sendo assim, os indivíduos tem seu grupo (endogrupo) sendo tomado como