Antecedentes - Pombalino
Fachada de um prédio na Baixa Pombalina, em Lisboa.
Enquanto a Europa assiste ao surgimento do gosto neoclássico, durante a segunda metade do século XVIII, Portugal tenta recuperar do catastrófico terramoto de 1755, durante o reinado de D. José , criando a arquitetura pombalina, o que condiciona, logo à partida, o normal desenvolvimento do Neoclassicismo em Portugal.
A arquitectura pombalina é um sistema de construção pré-fabricado anti-sísmico, o primeiro utilizado em grande escala, que serve para reconstruir a arrasada cidade de Lisboa. Muito moderno para a época, segue a arquitectura Rococó, retirando toda a decoração, e impondo uma sobriedade claramente de influência clássica. Enquanto na Europa os edifícios perdem gradualmente decoração, até se começar a impor os modelos clássicos, em Portugal desenvolve-se uma arquitectura elegantemente sóbria, ainda sem ordens arquitectónicas clássicas, mas já com uma racionalidade pré-clássica, submetendo tudo à funcionalidade, fazendo um corte real com a fortíssima tradição do Barroco e mesmo do Rococó. O edifício é de tal modo simples e moderno, para a época, que na verdade não foi verdadeiramente sentida a necessidade de impor um autêntico Neoclassicismo como no norte da Europa. O principal exemplo talvez seja a Igreja dos Mártires, em pleno centro de Lisboa, ainda com decoração Rococó nas portas e janelas, mas com um esquema clássico visível nas pilastras e frontão triangular que dominam os três corpos simulados. Infelizmente a historiografia da arte nunca deu grande importância a este fato, reduzindo-o a uma variante do gosto dominante, nem percebeu a importância desta arquitetura, porque se limita a querer ver Rococó francês ou Neoclassicismo de influência grega e romana, num programa construtivo de grande escala, renovador e demasiado moderno para o seu tempo, que ultrapassa a sua época. Por isso esta aproximação entre pombalino e Neoclassicismo será, no mínimo, polêmica e, certamente,