ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO CONCEITO DE CULTURA
(...) o termo germânico Kultur era utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se (...) às realizações materiais de um povo. Ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor (1832-1917) no vocábulo inglês Culture, (...) Com esta definição Tylor abrangia (...) todas as possibilidades de realização humana (...). A ideia de cultura, (...) estava ganhando consistência talvez mesmo antes de John Locke (1632-1704) que, em 1690, (...) procurou demonstrar que a mente humana não é mais do que uma caixa vazia (...) dotada apenas da capacidade ilimitada de obter conhecimento (...). Locke refutou fortemente as ideias correntes na época (...) de princípios ou verdades inatas impressos hereditariamente na mente humana, ao mesmo tempo em que ensaiou os primeiros passos do relativismo cultural ao afirmar que os homens têm princípios práticos opostos (...) gostaríamos de citar o antropólogo americano Marvin Harris (1969) que expressa bem as implicações da obra de Locke para a época: `nenhum ordem social é baseada em verdades inatas, uma mudança no ambiente resulta numa mudança no comportamento.2 Meio século depois, Jacques Turgot (1727-1781)(...), afirmou: Possuidor de um tesouro de signos que tem a faculdade de multiplicar infinitamente, o homem é capaz de assegurar a retenção de suas ideias eruditas, comunicá-las para outros homens e transmiti-las para os seus descendentes corno uma herança sempre crescente. (...)
Basta apenas a retirada da palavra erudita para que esta afirmação de Turgot possa ser considerada uma definição aceitável do conceito de cultura (...). Esta definição é equivalente às que foram formuladas (...), por Bronislaw Malinowski e Leslie White (...).
Jean Jacques Rousseau (...), seguiu os passos de Locke e de Turgot ao atribuir um grande papel à educação, chegando (...) ao exagero de acreditar que esse processo teria a