Anseio Faustico

Durante todo esse semestre fomos apresentados a uma variedade de romances e autores que abordavam o anseio Fáustico, a busca pelo ideal, as formas e caminhos para alcançá-lo e o final dessa busca. Os anseios, as motivações e pactos são diferentes, mas estão lá, em todas as culturas e sociedades, eles fazem parte da condição humana. Os desejos e vontades geram pactos, eles te levam a fazer o pacto, te levam a segui-lo e, quando você alcança um desejo, outro já está instalado em você, logo, o pacto não acaba. O ser humano é uma máquina desejante, há sempre um buraco a ser preenchido. O anseio fáustico trata disso, de querer sempre ultrapassar seus limites. Erasmo nos apresenta a temperança como o caminho para a independência, logo, para a felicidade, uma vez que com temperança consegue-se controlar os desejos, esse anseio fáustico de se atingir o absoluto. Erasmo nos propõe a arte de desfrutar, é um trabalho sobre si mesmo. A ilimitação dos desejos é uma doença da imaginação.
Temos um fenômeno acontecendo atualmente, também entrelaçado ao anseio fáustico: na sociedade contemporânea não se é permitido o sofrimento, a dor. Todos devem estar felizes, fortes e prontos para a próxima, sempre. É a imagem da superação, de que todos devem se superar a todo momento e essa ideia pode ser perversa. Além disso, nos tornamos uma sociedade imediatista, as pessoas buscam o prazer a todo tempo, a sua realização imediata. Não querem esperar, se adaptar, é a geração do aqui e agora, os anseios se intensificam. Em “O retrato de Dorian Gray” tomamos mais consciência de que o amor é uma impossibilidade para pessoas pactárias. Dorian Gray faz o pacto pela beleza, para não envelhecer, ele quer usufruir de tudo o que a beleza pode proporcionar, infinitamente. É a luta pelo o ideal, a busca pelo absoluto. Entretanto, há sempre uma lacuna entre a ideia e a coisa,

2 Viciados em trabalho entre a ideia e a execução, porque a ideia abrange e universaliza. O que buscamos, assim como