Anos Antecedentes Revolu O Francesa
Nos anos do Antigo Regime, falar de plebe urbana significava mencionar um grupo que se inseria na grande divisão da sociedade em três estados. O Terceiro Estado, comumente tratado como o povo, compunha a maior parte da população e incluía desde o mais pobre dos camponeses até o mais rico dos mercadores. Deve-se, então, destacar melhor o que passaremos aqui a chamar de plebe urbana. Ao falar desse segmento da sociedade, estamos nos referindo aos mestres de pequenas oficinas, os lojistas, os artesãos, os trabalhadores, os jornaleiros e os pobres da cidade.
Eram eles que se punham nas ruas para participar dos principais motins e distúrbios pré-revolucionários. Qual era, então, o caráter desses movimentos e em que se diferenciavam da Revolução Francesa propriamente dita?
Em 1775, iniciaram-se, em Paris e em suas províncias vizinhas, múltiplos motins que reclamavam da escassez de cereais. O caráter desse movimento muito se assemelha aos de diversos outros que surgem na segunda metade do século XVIII. São insurreições desprovidas quase que completamente de ambições políticas, ou seja, não desejavam substituir a Monarquia ou eleger diferentes soberanos. Muito pelo contrário, partilhavam quase todos de um sentimento puro de justiça elementar e imediata. Dessa forma, exigiam que o preço de seus alimentos se mantivesse razoável e que suas condições de vida e de trabalho fossem aceitáveis. Não eram revolucionários, mas também não estavam ignorantes à sua situação.
Os motins de 1775 foram os últimos grandes movimentos populares anteriores à Revolução. Ocorreram ainda antes que quaisquer ideais de liberdade, igualdade ou de soberania popular se espalhassem pelas massas rurais e urbanas da França.
Entretanto, diferente do que se possa imaginar, a Revolução continua a partilhar de algumas das mesmas motivações das antigas manifestações. Os primeiros levantes de 1789 eram, em sua base, iguais aos antigos, mas partilhavam de um