Anos 80
A inflação e dos fenômenos sociais mais perversos e também mais antigos, que já apareceu na face da terra. Além de ser uma doença econômica que atinge a parte mais fraca do corpo humano (o bolso) também provoca uma redistribuição de renda das mais injustas. Ela tira do aposentado e dá para o empregado, da pequena empresa para a grande, da área privada para a pública, do trabalhador não sindicalizado para o sindicalizado, da dona-de-casa para o feirante e, de uma maneira geral, dos grupos sociais com menor poder de barganha para os de maior capacidade de negociação. O fato de a empresa aproveitar as oportunidades de aumentar os seus lucros elevados seus preços faz parte das regras do jogo do mundo dos negócios, o problema, entretanto e que se os aumentos não forem apenas esporádicos e pequenos esse processo pode ficar fora do controle, desaguando fatalmente em uma inflação galopante ou numa hiperinflação de consequências e geralmente prejudiciais às próprias empresas. Esse fenômeno ocorre quando o governo, a quem compete coordenar a economia, perde a credibilidade e a liderança, como ocorreu no Brasil em 1964 é em 1982. Não é sem razão que um governo insistia em que é impossível planejar... Além da inflação de preços, surgiu uma classe especulativa e, com implantação de ideias da completa incerteza quanto ao futuro, todos os negócios se tornam um jogo de oportunidades e todos os empresários, jogadores surgiram rapidamente corretores de títulos e especuladores; e estes instituíram um feito aviltante de negócios, que se propagou até as regiões mais remotas do país. Ao Ives da satisfação com lucros legítimos, sobreveio a paixão por ganhos irregulares, a partir de então como os valores se tornaram mais e mais incertos, não houve também mais nenhum motivo para cuidado ou economia, mas tudo justificava despesas imediatas e desfrute no presente. A fé em consideração de ordem moral, ou mesmo em bons impulsos, caiu no descrédito geral, o