ANOS 1940 - MUNDO E BRASIL
A década de 1940 pode ser subdividida em dois subperíodos: a Segunda Guerra Mundial (1939/45) e o imediato pós-IIa Guerra. Neste último, reorganizou-se a estrutura institucional de coordenação mundial, nos âmbitos econômico e político, com a criação, entre outros, da ONU, do FMI e do Banco Mundial. Ao mesmo tempo, desencadeou-se a Guerra Fria entre os EUA e a URSS, cada um com seu grupo de países apoiadores. A Guerra Fria encampou aspectos sociais, econômicos, políticos, militares, culturais e ideológicos. Um de seus grandes elementos foi a corrida armamentista centrada em armas nucleares, testadas pelos EUA no Japão e desenvolvidas logo após pela URSS.
O cenário mundial teve desdobramentos específicos no Brasil, combinando-se com fatores internos da própria sociedade brasileira. Os anos da guerra foram dominados pela ditadura do Estado Novo (1937-45), liderada por Getúlio Vargas. Ao lado dos aspectos fortemente repressivos do regime, desenvolveram-se fortes políticas industrializantes, apoiadas na criação de uma infraestrutura estatal nos campos dos transportes, da energia e da siderurgia. A criação da Companhia Siderúrgica Nacional (1940) em Volta Redonda (RJ), com financiamento estadunidense, propiciou a aliança estratégica do Brasil com os EUA, a despeito das inclinações pró-fascistas do ditador. A participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na campanha militar aliada na Itália foi resultado desse realinhamento.
A criação da CLT, em 1943, consolidando as leis trabalhistas elaboradas pelo regime getulista desde a década anterior, foi outro elemento de fortalecimento da indústria, ao criar regras estáveis para o mercado de trabalho e manter o controle do sindicalismo pelo Estado, via Ministério do Trabalho, em similaridade com o modelo fascista. Esse elemento, associado à forte migração campo-cidade estimulada pela industrialização, deu margem à imagem de Getúlio como “pai dos pobres”, com o uso da máquina do Estado para se