anorexia
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Preocupação com os riscos da obesidade pode gerar obsessão pela magreza por Ná dia De Toni
30/06/2009 | 10h51
Campanha da fotógrafa Ivonne Thein choca com imagens de modelos em pele e osso. Embora as fotos tenham sofrido manipulação digital, são um retrato da gravidade da anorexia
Foto: Ivonne Thein, Reprodução
A epidemia de quilos extras que afeta 43% da população brasileira é um problema tão grave de saúde pública que pode influenciar distúrbios na outra ponta: o culto à magreza excessiva e um medo mórbido de engordar. Para as vítimas de anorexia e bulimia, em sua maioria garotas entre 13 e 20 anos, o espelho é inimigo e cada caloria se converte numa tortura.
Fome o vômito são experiências de alívio e, às vezes, até de prazer.
Transtornos alimentares graves, a anorexia e a bulimia voltaram à discussão recentemente, quando a fotógrafa alemã
Ivonne Thein lançou uma campanha polêmica com fotos de meninas magérrimas. O objetivo é propor um novo debate sobre a busca obsessiva pelo corpo ideal, que pode resultar em morte. As fotos de Ivonne (que ilustram esta reportagem) foram feitas com modelos saudáveis e sofreram manipulação digital para aparentar jovens com 32 quilos. Os rostos não são mostrados. – Não mostrei os rostos porque não queria que o público simpatizasse com as meninas e achasse que elas eram casos isolados – declarou a fotógrafa, em entrevista ao blog BBC Tendências.
A anorexia e a bulimia são doenças primordialmente femininas, embora o problema esteja crescendo também no universo masculino. Para cada 20 mulheres com anorexia, um homem apresenta a mesma doença. Uma pista de que é crescente o número de jovens adoecendo em nome da magreza está na internet. Existem dezenas de sites e blogs a favor da anorexia e da bulimia, inclusive com grupos de discussão que incentivam a parar de comer. Na rede, as anoréxicas se chamam de Ana e, as bulímicas, de Mia.
– Pule refeições. Quanto mais tempo você ficar sem comer,