Anorexia sob uma visao psicanalitica
UNIDADE SÃO GABRIEL
FACULDADE DE PSICOLOGIA
Anorexia:
uma leitura psicanalítica
Júlia Perilo de Castro[1]
Carla de Abreu Machado Derzi[2]
Neste estudo discuto o a anorexia em mulheres histéricas numa abordagem psicanalítica. O pressuposto foi que mesmo que o corpo magro, esguio e livre de “gordurinhas” seja padrão de beleza muito cultuado e incentivado na sociedade contemporânea, essa condição social em que vivemos pode ser relevante ao comportamento do sujeito, mas não determinante. Para além de uma visão sócio-cultural o estudo enfatiza a anorexia como uma posição do sujeito e não como uma síndrome social como muitos a vê. O objetivo central da pesquisa foi compreender essa manifestação clínica focando os casos de base estrutural neurótica especificadamente na histeria. Para a realização do presente estudo fiz uma pesquisa bibliográfica tendo como guia textos de diferentes autores psicanalíticos, em especial, Freud e Lacan. No referencial teórico foram discutidas questões concernentes à anorexia como um transtorno alimentar, para posteriormente discutir conceitos psicanalíticos como castração, constituição do sujeito, demanda e desejo e objeto a. Para tanto, alguns (mas) teóricos (as) que discutem sobre estes temas foram utilizados (as), tais como: Cíntia Palonky (1997), Jacques Lacan (1992, 1998, 1999, 2005), Mássimo Recalcati (2001, 2007), Sigmund Freud (1996), dentre outros (as). Assim, esse estudo faz interface entre as áreas da Psicanálise e da Medicina, ao abordar a anorexia, como um transtorno alimentar, de forma psicanalítica. A revisão bibliográfica evidenciou que, o sintoma anoréxico direciona-se como um sintoma do desejo, de um particular desejo de nada, assim o sujeito encontra na anorexia uma forma de não se manter totalmente alienado no campo do Outro. O indivíduo que possui essa manifestação clínica faz do seu corpo um objeto de ameaça ao Outro, oferecendo o adoecimento e