Ano de 1958
Ano de 1959,lembro-me como se fosse hoje, foi meu primeiro dia no Jardim de Infância. Pela manhã, meu pai me levou de bicicleta para o grande dia, e ao chegar na escola, lembro-me bem, era na Casa Paroquial, uma casa grande e branca, baixa de aquitetúra colonial com as portas de madeira pesada e sem pintura. Fui recebido por uma freira, não lembro o nome da mesma e fiquei apavorado, pois foi a primeira vez que eu ia ficar sozinho com uma desconhecida. Me senti abandonado,como se estivesse sido jogado fora, descartado, eu não tinha a percepção do que estava acontecendo,a freira toda de branco, parecendo uma “Alma penada”, pegou na minha mão e me puxou para dentro, onde funcionava a “escolinha”. Meu medo foi grande e detestei a ideia de ficar sozinho, então começei a chorar, gritava, esperneava, mas não tinha ninguém para me socorrer, pois não fui preparado para tal situação. Meu pai deu-me as costas montado em sua bicicleta preta, GULLIVER, e me deixou ali . Naquela hora meu mundo desabou e se existe pavor ,foi aquilo que passei. A madre tentou me sentar em uma mesinha onde tinha umas lapiseiras coloridas, papeis em branco e de imediato tentaram me entreter fazendo com que eu desenhasse alguma “coisa” mas que não teve acordo e o choro continuava.Tinha outras crianças sentadas em suas respectivas mesinhas rabiscando seus papeis,mas eu não queria nenhum acordo. As freiras, coitadas, não sabiam o que fazer, pois só pediam para que eu calasse e parasse com o choro, mas tudo em vão. Depois de muito tempo, foi hora do recreio, minha mãe tinha preparado uma merenda ,mas não lembro o que era e também não quis o lanche, todos alunos desceram uns batentes para os fundos da escola,...talvez umas duas salas anteriores e, cada batente que í, parecia que eu estava sendo levado para um matadouro. Foi horrível! Não merendei, e ao voltar para a classe, tinha alguma coisa escrita ou desenhada na “LOUSA” e os