Anna
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Psicologizando...
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January 11, 2011
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Categoria B.
Chega um momento na vida de qualquer pessoa em que começa a febre por aprender a dirigir. Lembro-me quando tinha 15 anos, cursava o primeiro ano do ensino médio e todos os meus amigos do colégio só falavam de carro. Se você não soubesse onde estavam os pedais da embreagem, acelerador e freio, podia desistir de ser vangloriado nas rodas de amigos. Amigos, estes, que pegavam escondido o carro de seus pais, e iam até cidade vizinhas encontrar namoradas, e encantá-las porque sabiam dirigir. Como se ter um carro fizesse deles os melhores indivíduos do universo. Grande besteira!
Então o tempo passa, todos fazem 18 anos, e, no dia seguinte, matriculam-se em uma autoescola. Alguns são barrados logo no princípio: reprovados no PMK. Outros acham esta história de limite de velocidade nas vias, categorias de carteiras de habilição, práticas de primeiros socorros e formas de proteção ao meio ambiente mais difícil que operações com números compexos: reprovados no exame téórico. Outros, simplesmente, têm um anjo inimigo da embreagem: reprovados no exame prático. Alguns, muitos infelizmente, não são reprovados: ” - pode ir ali pegar a sua carteira, meu caro, espero que daqui 1 ano ela se torne definitiva; não faça besteira”. Pronto: agora é só passar no vestibular e pedir um carro como recompensa.
A questão é que, passado o tempo de glória da adolescência, estar habilitado deixa de ser uma questão de status, e passa a ser uma questão de necessidade. É difícil sobreviver ao caos de uma metrópole sem ter um carro. É difícil sobreviver ao caos do transporte público. O problema é que, ironicamente, é difícil sobreviver com um carro. A começar pelo processo de aquisição da carteira de habilitação.
Não adianta discordar: o sistema brasileiro de aquisição da carteira é pífio. O funcionamento das clínicas aprovadas pelo Detran é lamentável.