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Soraia Cristina Blank
RESUM O
Este ensaio mostra a necessidade de compreensão dos processos de aquisição de segunda língua (L2), através de diferentes teorias que envolvem a linguística aplicada, por motivos comunicacionais e para uma melhor compreensão dos motivos relacionados aos sucessos e insucessos observados em aprendizes de L2.
PALAVRAS-CHAVE: aquisição, gramática universal, aculturação, sociolingüística.
É na tentativa de justificar a escolha da entrevista como instrumento estrutural de uma investigação acadêmica particular, que deu origem a minha pesquisa de mestrado (MIGUEL, 2009), que inicio algumas breves considerações sobre o tema. Em primeiro lugar, é conveniente esclarecer que tal escolha não foi meramente casual, mas, ao contrário, partiu de algumas reflexões sobre o conceito de ciência, método e pesquisa científica nas diversas áreas do conhecimento, especificamente no campo da Linguística Aplicada.
Observei, inicialmente, que fazer ciência na área de Ciências Humanas tratava-se de um desafio curioso, dada a complexidade e subjetividade do seu principal objeto de estudo. Além disso, observei que a perspectiva verificacionista – pautada em determinados princípios, regras e métodos definidos pela comunidade científica, tida como a mais valorizada instância de produção de conhecimento legítimo – poderia agora ser substituída por uma perspectiva interpretativa – ou interpretativista, nas palavras de Moita Lopes (1994) –, na qual se busca a compreensão, valoriza-se a interpretação e se reconhece a centralidade da linguagem nos processos de objetivação (SÁ, 2001).
Re-significando nossa visão sobre a ciência, a pesquisa passa a ser entendida como uma prática social reflexiva e crítica. Como propõe a autora,
Já não se busca a neutralidade do pesquisador, antes, transforma-se a subjetividade em um recurso a mais. O rigor passa a ser explicitação