Animais, ética e ciência.
Nos últimos dias, no entanto, o uso de animais em pesquisas científicas voltou a ser fortemente repudiado por grupos defensores dos direitos dos bichos. Acirrados debates acerca desse polêmico tema pululam na esfera pública.
Mas cuidado: um falso maniqueísmo tem sido propalado por contendores desavisados e desinformados. Alega-se que, de um lado, existem cientistas perversos – que, em seus jalecos brancos impessoais ofuscados pela sedução do progresso científico, seriam insensíveis ao sofrimento da bicharada. E, no extremo oposto, estariam militantes inoportunos – estereótipos de bicho-grilo e defensores de causas perdidas, vegetarianos ou não, que prezam por uma ética universal sem se dar conta de que as próprias vacinas que tomaram quando bebês foram testadas em bichinhos fofos que hoje defendem e querem libertar.
Não é raro toparmos com esse tipo de generalização falha. Mas tanto cientistas concordam que o sofrimento animal deve ser evitado ao máximo; quanto militantes e afins entendem o fato de que a ciência, além de prezar pela ética, muitas vezes depende desses experimentos para seguir em frente.
A questão é: onde estará o ponto de equilíbrio que norteará os valores éticos e morais de nosso desenvolvimento científico?
Ponderações
“No Brasil, todo laboratório que trabalha com esse tipo de pesquisa deve ter uma comissão de ética para garantir o bem-estar dos animais”, explica o médico Hugo Faria Neto, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A instituição, aliás, divulgou uma nota